segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

A CARTA DA TERRA


estudos apresentados por
Scheila, Jéssica, Sandra, Cristina.


Ecopedagogia é a educação para o cuidar
A Carta da Terra é um compromisso com este 'cuidar'


O projeto da Carta da Terra inspira-se em uma variedade de fontes, incluindo a ecologia e outras ciências contemporâneas, as tradições religiosas e as filosóficas do mundo, a literatura sobre ética global, o meio ambiente e o desenvolvimento, a experiência prática dos povos que vivem de maneira sustentada, além das declarações e dos tratados intergovemamentais e não-governamentais relevantes.Sua proposta central é a construção de uma cidadania planetária a partir de uma ética humana comum e solidária.

Resultado de um processo intercultural de mais de uma década realizado em nível mundial, a Carta da Terra foi construída tanto por especialistas como por comunidades de base que se encontraram na ECO 92 para lançarem seu alicerce.
No início de 1997 formou-se um comitê redator internacional que ajudou no processo de consultas.
Em março de 2000 foi aprovada a versão final numa reunião celebrada no escritório da Unesco, em Paris.
No dia 29 de junho de 2000 ocorreu o lançamento oficial no Palácio da Paz, em Haya, na Suíça.
A Terra é nossa Casa, nosso lar;
Somos parte de um grande Universo.

Qual nossa situação Global?;
O que podemos e devemos fazer?

Quais os Desafios para o Futuro?
A Responsabilidade é Universal.

Somos todos responsáveis!

É clara a necessidade de uma mudança fundamental. A escolha está diante de nós: proteger a Terra ou participar de nossa própria destruição e da diversidade de vida. Devemos reinventar a civilização industrial e tecnológica, encontrando novos caminhos para equilibrar o individual e a comunidade, o possuir e o ser, a diversidade e a unidade, curto prazo e longo prazo, utilizar e nutrir.No meio de toda nossa diversidade, somos uma humanidade e uma família da Terra compartilhando um destino. As ameaças com as quais nos defrontamos requerem uma visão ética global. As associações devem ser constituídas e a cooperação deve emergir em níveis locais, bioregionais, nacionais e internacionais. Numa interação solidária e com a vida em comunidade, nós, os povos do mundo, nos obrigamos a agir guiados pelos seguintes princípios que se inter-relacionam:

  • RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DE VIDA

  • INTEGRIDADE ECOLÓGICA

  • JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA

  • DEMOCRACIA, NÃO VIOLÊNCIA E PAZ
1.Respeitar a Terra e todos os tipos de vida. Todos os seres são interligados e cada forma de vida tem valor; acreditar na dignidade de todos os seres humanos, no seu potencial intelectual, artístico, ético e espiritual.

2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor aceitando o direito de ter e usar os recursos naturais, bem como o dever de impedir causar danos ao meio ambiente e proteger o direito das pessoas. Aqueles que mais sabem e mais estudam tem a responsabilidade de colaborar e dividir este saber com todas as pessoas.

3. Criar sociedades justas, participativas, sustentáveis e pacíficas garantindo os direitos humanos e as liberdades básicas para todas as pessoas, independente da classe social, dando a cada um a oportunidade de desenvolver seu potencial. Sociedades onde as pessoas tenham condições de vida: alimentação, casa, roupa, educação saúde, e que sejam ecologicamente responsáveis.

4. Garantir a qualidade de vida na Terra para as atuais e as futuras gerações, reconhecendo a importância do cuidado com a Terra para que as atuais e próximas gerações tenham as mesmas condições e acesso à vida saudável.

5. Proteger a diversidade da vida na Terra. Proteger é uma ação de respeito. Devemos impedir todo tipo de desrespeito como maus tratos em geral (pessoas, animais, plantas).

6. Prevenir problemas ao ambiente e ter muito cuidado. Evitar fazer as coisas que sabemos que estão erradas como poluir, queimar, consumir demais, gastar muita energia, fabricar produtos prejudiciais. Assim estaremos prevenindo problemas.

7. Criar formas de produção, consumo e reprodução que protejam a vida na Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário. Produzir de forma moderada, consumir de forma moderada, informar as pessoas sobre o problema de ter muitos filhos e filhas.

8. Estudar sobre a vida na Terra e trocar experiências. Valorizar todos os tipos de conhecimento que contribuem para a proteção ambiental e o bem-estar humano.

9. Acabar com a pobreza e resgatar os direitos humanos. Colaborar com o combate a fome e valorizar os alimentos evitando o desperdício.

10. Promover o desenvolvimento humano nas empresas e instituições. Que os empresários e as instituições que se posicionem em favor dos seus funcionários colaborando com a melhoria da qualidade de vida em todos os níveis.

11. Acabar com a discriminação contra as mulheres. Valorizar as mulheres evitando o desrespeito, pois elas são tão importantes quanto os homens.

12. Defender os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social. Eliminar a discriminação em todas suas formas, como as baseadas na raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.

13. Fortalecer a democracia em todos os níveis. Que as políticas públicas façam valer os direitos e as necessidades dos cidadãos e cidadãs.

14. Incluir na educação formal (escola) e aprendizagem ao longo da vida (em casa, na igreja, na comunidade, no trabalho) os conhecimentos para um modo de vida que não prejudique o ambiente.

15. Tratar todos os seres com respeito e consideração. Amar a todos os seres, pois todos são importantes e dignos.

16. Promover uma cultura do respeito, da não violência e da paz. Respeitar diferentes culturas, diferentes religiões, diferentes idéias de forma que todos possam viver em harmonia mesmo que pensem de formas diferentes. Isto não é fácil, mas será possível se seguirmos estes princípios.

A Carta de Terra,
uma nova lei Universal,
deverá ser aceita, respeitada e praticada por todas nações e povos do mundo
como um novo começo,
uma vez que, em nenhuma época,
a humanidade teve consciência da interdependência a que está sujeita e da responsabilidade a ser compartilhada na defesa da Vida.
Como vimos acima ela apresenta Princípios que nortearão atitudes para a efetiva mudança .
RESUMO: A idéia da Carta surgiu na Cúpula da Terra - ECO 92, celebrada no Rio de Janeiro em 1992, mas a falta de acordo postergou até 1997 o seu nascimento, quando um primeiro rascunho foi elaborado durante a Cúpula Rio+5. A cantora argentina Mercedes Sosa representou a América Latina no grupo que redigiu a sua minuta. A versão final foi aprovada em 2000, em Haia, Holanda, e inclui quatro capítulos sobre integridade ecológica, respeito e cuidado da comunidade da vida, justiça socioeconômica, democracia, não-violência e paz. No Brasil o movimento tem o apoio do Instituto Paulo Freire, que juntamente com Conselho da Terra e UNESCO-Brasil, organizou o Primeiro Encontro Internacional - A CARTA DA TERRA NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO - São Paulo, 23 a 26 de agosto de 1999. O resumo dos trabalhos de cada autor pode ser encontrado no site: http://www.paulofreire.org/Movimentos_e_Projetos/Cidadania_Planetaria/Ecopedagogia/carta_da_terra.htm
"Carta da Terra na Perspectiva da Educação - Um desafio para o terceiro milênio"
Por Moacir Gadotti e Gustavo Belic Cherubine* 07 de maio de 2000
Se olharmos para o céu atentamente em uma noite de lua minguante, longe das luzes artificiais dos grandes centros urbanos, poderemos identificar no espaço infinito uma miríade de corpos celestes que estão distribuídos por cerca de um bilhão de galáxias, cada galáxia com bilhões de astros. A fantástica e deslumbrante visão proporcionada pela natureza teve origem na grande explosão de um único corpo celeste, formando o universo que conhecemos e que, segundo os estudiosos, continua em expansão. O grande espaço universal ocupado pelos corpos celestes é medido por distâncias em anos-luz, tornando tudo ainda mais gigantesco, com proporções inimagináveis que continuamente despertam na humanidade o desejo de decifrar a origem e a totalidade do universo e da vida. As mesmas dimensões do universo que provocam na humanidade um desejo pelo seu conhecimento que nunca finda, também servem para demonstrar o quanto o fenômeno da vida é raro. Até onde sabemos, dentro da infinitude espacial, somente no minúsculo corpo celeste chamado terra a vida se fez, e com uma diversidade que nos fascina e encanta. Foi necessário que o caudaloso rio do tempo transcorresse para que as condições adversas da grande explosão abrandassem e longos processos sucessivos de acomodações e evoluções tivessem início e fim, continuamente, para que condições invulgares e de delicada textura tornassem possível o milagre da vida na Ecosfera, a fina camada que recobre o corpo da terra. Na história da humanidade, o século 20 é cultuado pelos ocidentais como um período de tempo onde pudemos avançar enquanto seres criadores de obras e objetos técnicos e informacionais, cuja função e finalidade seria a de contribuir com o desenvolvimento e o progresso material dos seres humanos. É inegável o avanço proporcionado por processos produtivos e tecnológicos, geradores de produtos e soluções para as questões práticas da vida humana, principalmente as relacionadas aos setores de comunicação, transporte e consumo. Mas, ao analisarmos detidamente o fim de século com um olhar acurado e sensível de observador interessado nos rumos da humanidade, podemos perceber que os valores universais construídos ao longo dos tempos por diversas culturas e pensamentos - valores e conceitos sobre a paz, a solidariedade e a harmonia - há muito deixaram de existir no cotidiano da vida do planeta. É como se a humanidade não levasse em consideração o quanto foi necessário de tempo e de adequação do espaço para que a vida, e toda espécie de vida, acontecesse no minúsculo corpo celeste chamado Terra. A Carta da Terra, cujo papel e significado tem por base os esforços das Nações Unidas e dos povos em identificar as questões fundamentais relativas à segurança mundial, surgiu primeiramente na Eco-92, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento realizada no Rio de Janeiro de 3 a 14 de junho de 1992, juntamente com outro importante documento mundial intitulado Agenda 21. Os dois documentos que nasceram juntos são muito diferentes, mas destaca-se uma diferença fundamental: a Carta da Terra foi aprovada no Fórum Paralelo da Sociedade Cível e não na plenária oficial dos chefes de Estado. Tal condição histórica de nascimento é determinante para dizermos que a Carta da Terra é o legítimo documento da Cidadania Planetária, pois a composição do Fórum Paralelo da Sociedade Civil representava todos os povos, principalmente os que não possuem "governo" ou "chefes de estado", como exemplo podemos citar os Xavantes, os Curdos e os Pigmeus. Como podemos pensar numa sociedade global se só aceitamos como legítimos os anseios supostamente populares levados às plenárias mundiais por chefes de estado constituídos? E os povos que não se organizam como os estados-nação, principalmente os que se encontram nos continentes diversos culturalmente do Ocidente dito "moderno"? Como defendermos - outro exemplo - os direitos dos Beduínos Nômades? A Cidadania Planetária, anunciada na Carta da Terra e que no momento está sendo fundamentada teoricamente pelos estudiosos da Ecopedagogia e da Pedagogia da Terra, nos dará sentido para agirmos enquanto seres vivos que compartilham com demais vidas a experiência do Planeta Terra. Diferentemente da Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada pela ONU, em 1948, por um grupo de especialistas e negociada pelos Estados Membros da organização sem que houvesse consulta prévia aos povos, a Carta da Terra, graças a um esforço que permanecerá e mobilizará numerosas pessoas e instituições num imenso processo pedagógico, foi proclamada no dia 14 de março de 2000 pela Unesco, em Paris, e deverá ser apresentada e assumida pela ONU no ano 2002 com o mesmo valor da Declaração dos Direitos Humanos. Nós, do Instituto Paulo Freire e do Movimento da Ecopedagogia, que participamos do I Encontro Internacional da Carta da Terra na Perspectiva da Educação, realizado em São Paulo entre os dias 23 e 26 de agosto, acreditamos que a aprovação poderia ser melhor precedida por um abrangente processo de consulta que, partindo da demanda dos povos, promulga-se os direitos da vida da terra, incluindo os Direitos Humanos. Teremos tempo até 2002 para continuarmos realizando o trabalho que iniciamos no ano passado com os Educadores que estiveram conosco nos quatro dias de trabalhos e vivência. A Carta da Terra, já percebemos, não é um documento conhecido como o é a Agenda 21: poucas pessoas conhecem e entendem seu significado, especificidade e importância. Para os Educadores, a Carta da Terra é um projeto inspirado em uma variedade de fontes que inclui a ecologia, as ciências contemporâneas, as tradições espirituais e filosóficas do mundo, além da literatura sobre ética global, o meio ambiente e o desenvolvimento, a Arte, a experiência prática dos povos que vivem de maneira sustentada e nas declarações e nos tratados intergovernamentais e não-governamentais relevantes. A Carta da Terra é parte integrante de um projeto social global de construção de uma sociedade humana que respeita e aplica cotidianamente a Ética, a Cultura da Sustentabilidade e a Prática da Não-violência. Muitos estudiosos já identificaram no conceito de desenvolvimento sustentável um formidável componente educativo, pois a preservação do meio ambiente depende de uma consciência ecológica e a formação da consciência depende da educação. Como a Carta da Terra, além de ser um projeto dialógico e construtivo, é também um projeto político educacional que terá a função de contribuir para a criação de melhores condições e qualidade de vida, um dos espaços mais privilegiados para que a construção do documento seja feito com a verdadeira expressão dos povos é a Escola. O educador, que através dos tempos cumpre o papel magnífico de impregnar de sentido o caminhar da humanidade, terá neste novo século um papel decisivo e único. Para a construção de um novo milênio no qual uma verdadeira sociedade planetária comungue dos mesmos princípios e ideais civilizatórios, será preciso que o Educador ingresse no processo de consulta e participe do Movimento da Ecopedagogia, em parceria com os animadores da Carta da Terra que já estão trabalhando nesse sentido; pois somente assim conseguiremos construir uma metodologia da Carta da Terra que parta do universo sócio-cultural dos segmentos com os quais trabalha, que promova o pensar, o perguntar, o construir junto o conhecimento sobre nosso Planeta - próximo e distante - e que nos leve, coletivamente, a agir de maneira consciente sobre o espaço em que vivemos. A Escola se tornará um dos grandes palcos de discussão dos rumos da vida no planeta, partindo da elaboração dos seus respectivos projetos político-pedagógicos, aliada a uma organização curricular coletiva que envolva democraticamente os animadores da Carta da Terra, coordenadores pedagógicos, educandos, pais e mães, visando a uma seleção crítica, criteriosa, fundamentada e flexível de conteúdos, dos trabalhos a serem desenvolvidos e das metodologias a serem adotadas. A metodologia da Carta da Terra reconhece que a seleção de conteúdos é um recorte do conhecimento universal historicamente produzido e, assim, pode ser reconstruído e recriado. Por ser um recorte, implica numa opção, e toda opção é ideológica. É fundamental a clareza em torno do poder de escolher um conteúdo e não outro e qual o porquê desse novo modo de abordá-lo. O desafio lançado aos educadores e às escolas é o de contribuir para a construção da Carta da Terra a partir de uma visão interdisciplinar que se utilize do variado universo simbólico da linguagem e da comunicação humana, considerando a contribuição das diferentes áreas do conhecimento, integrando-as no processo de busca de compreensão dos problemas ecológicos e organizando-as por meio de atividades expressivas e criativas tais como: estudo da realidade local, observação das condições ambientais, caminhadas ecológicas que despertem a consciência da necessidade de preservação da natureza, discussão e debate de temas pertinentes, palestras, filmes, fotografias e slides, teatro, música, dança, desenho, esportes, comemorações, festas e jogos. No Brasil, o Instituto Paulo Freire, enquanto membro da coordenação nacional da Carta da Terra, por meio de acordo de cooperação com o Conselho da Terra, está incumbido de realizar a consulta mundial para sistematizar as contribuições dos educadores à Carta da Terra. A Rede Mundial pela Carta da Terra está aberta a toda escola e cidade que queiram ajudar a escrever o futuro do nosso planeta privilegiando os seguintes eixos temáticos: Visão Prospectiva de Sistemas Educacionais, Pedagogias de Afirmação Ética, Educação e Cultura da Sustentabilidade, Educação para a Cidadania Planetária e Sistemas Educativos Planetários de Comunicação e Intercâmbio.
Moacir Gadotti é Professor titular da USP, Diretor do Instituto Paulo Freire e auto de vários livros.Gustavo Belic Cherubine, técnico agropecuário, bacharel em Direito, pesquisador CIETEC/USP, membro CONAT e coordenador do Programa de Ecopedagogia do Instituto Paulo Freire. email: cherubin@paulofreire.org
A CARTA DA TERRA COM SUGESTÕES PARA TRABALHOS COM CRIANÇAS http://sites.uol.com.br/projetovida Berenice Gehlen Adams

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