sábado, 12 de setembro de 2009

Ecopedagogia e temas transversais

Você pode já colocar a Ecopedagogia em prática na sala de aula. Todos os meses você vai encontrar na Sala dos Professores da Faber-Castell novas aulas com dicas que vão ajudá-lo nessa tarefa. Os módulos são baseados em trabalhos dentro da sala de aula e tratam, exclusivamente, do tema transversal meio ambiente. As aulas são abrangentes e podem ser aplicadas desde a Educação Infantil e no Ensino Fundamental.
Visite o link abaixo:
http://www.faber-castell.com.br/33276/Educadores/Ecopedagogia/default_ebene2.aspx

Pedagogia... Pedagogias? Ecopedagogia #

...mostrar ao leitor outros caminhos possíveis à Educação, outras vertentes teórico-práticas que orientam as ações educativas, e hoje, enfim, acredito que a aproximação permite apresentar-lhe uma Pedagogia com a qual venho travando intensos e profícuos diálogos: a Ecopedagogia.
A Ecopedagogia é uma vertente de Educação que consiste tanto em uma abordagem curricular quanto em um movimento pedagógico. Sua emergência e gênese se deram no contexto das transformações sociais de travessia no milênio, que coloca o desafio de pensar uma educação para o futuro. Gadotti destaca que a Ecopedagogia não se opõe à educação ambiental. Ao contrário, para a Ecopedagogia a educação ambiental é um pressuposto. A Ecopedagogia incorpora-a e oferece estratégias, propostas e meios para a sua realização concreta.
O movimento da Ecopedagogia surge no seio da iniciativa da Carta da Terra e ganha maior impulso, sobretudo a partir do I Encontro Internacional da Carta da Terra na Perspectiva da Educação, ocorrido em 1999, com o apoio do Conselho da Terra e da Unesco e organizado pelo Instituto Paulo Freire. Nesse mesmo evento, Gadotti apresentou a primeira minuta da Carta da Ecopedagogia, elaborada por ele, com base na obra de Francisco Gutiérrez e na consulta a vários membros do Instituto Paulo Freire. Esse documento encontra-se ainda aberto ao debate, constituindo-se instrumento de trabalho para a construção de uma pedagogia da Terra.O termo Ecopedagogia foi cunhado pelo educador costarriquenho Francisco Gutiérrez no início dos anos 1990. Antes, foi denominada por Gutiérrez de “pedagogia do desenvolvimento sustentável” e traduz a tradição latino-americana de educação popular implementada por Paulo Freire. Sua origem busca elementos na educação problematizadora que se pergunta acerca do sentido da própria aprendizagem, dando sentido ao que fazemos, impregnando de sentido as práticas da vida cotidiana, concebendo o próprio sentido em suas propriedades polissêmicas — construindo o significado, sentindo visceralmente e buscando o vir-a-ser, o sonho, a utopia. Do ponto de vista da sociedade, é considerada como fruto de uma trajetória histórica em que os acontecimentos são partes estruturais de um todo dialético, mutável e complexo e vinculado à realidade macrossocial e seus significados culturais. A natureza, por sua vez, resgata os ideários da nova física, da concepção cósmica do Universo e dos paradigmas holonômicos.
Mas o que é a Ecopedagogia? Para Gutiérrez e Prado ela é uma pedagogia que promove o sentido das coisas a partir da vida cotidiana, ou seja, do caminhar, do vivenciar a abertura de novos caminhos. É por isso uma pedagogia democrática e solidária, fundada na consciência de que pertencemos a uma única comunidade da vida, que desenvolve a solidariedade e a cidadania planetárias. A Ecopedagogia, diferentemente das demais perspectivas de educação que se centravam ora na espiritualidade, na democracia, ou ainda na neutralidade científica, busca na relação entre os sujeitos o aporte ético para uma luta vivaz em prol de uma nova sociedade, habitada por uma nova escola, um novo educador e um novo educando.
# Márcia Carvalho é secretária municipal de Educação, presidenta da Undime - Goiás, pedagoga, psicopedagoga e mestra em Sociedade, Políticas Públicas e Meio Ambiente.