quarta-feira, 28 de março de 2012

A Carta da Terra na Educação

O movimento pela ecopedagogia se ampliou e ganhou novos desdobramentos. No meu entender, a ecopedagogia não pode mais ser considerada como uma pedagogia entre tantas pedagogias que podemos e devemos construir.
Ela só tem sentido como projeto alternativo global onde a preocupação não está apenas na preservação da natureza (ecologia natural) ou no impacto das sociedades humanas sobre os ambientes naturais (ecologia social), mas num novo modelo de civilização sustentável do ponto de vista ecológico (ecologia integral) que implica uma mudança nas estruturas econômicas, sociais e culturais. Ela está ligada, portanto, a um projeto utópico: mudar as relações humanas, sociais e ambientais que temos hoje...
A ecopedagogia está se desenvolvendo, seja como um movimento pedagógico, seja como abordagem curricular. Como a ecologia, a ecopedagogia também pode ser entendida como um movimento social e político. Como todo movimento novo, em processo, em evolução, ele é complexo e pode tomar diferentes direções.

A ecopedagogia também implica uma reorientação dos currículos para que incorporem certos princípios e valores... Os sistemas educacionais, em geral, são baseados em princípios predatórios, em uma racionalidade instrumental, reproduzindo valores insustentáveis. Para introduzir uma cultura da sustentabilidade nos sistemas educacionais, nós precisamos reeducar o sistema: ele faz parte do problema como também faz parte da solução. Por isso, precisamos de uma nova pedagogia.
Estou convencido de que a sustentabilidade é um conceito poderoso, uma oportunidade para que a educação renove seus velhos sistemas, fundados em princípios e valores competitivos. Introduzir uma cultura da sustentabilidade e da paz nas comunidades escolares é essencial para que elas sejam mais cooperativas e menos competitivas. Nesse sentido, a ecopedagogia e a Carta da Terra podem dar uma grande contribuição.

Moacir Gadotti

Falando em Sustentabilidade...

Muito se fala em sustentabilidade, o que tem até vulgarizado essa palavra, mas há ainda muitas dúvidas e entendimentos distorcidos sobre o que este conceito de fato encerra. Para nós, sustentabilidade implica agir com respeito em relação às pessoas e ao planeta, construindo relações de longo prazo e permitindo que ciclos virtuosos possam ser repetidos. Assim, a não-geração de desperdícios e o estímulo ao consumo responsável, a utilização correta dos recursos naturais, a prática de iniciativas básicas para evitar (ou conter) o aquecimento global, entre outras ações, são fundamentais para a sadia preservação da vida neste planeta...
...a educação é um dos instrumentos indispensáveis para que as pessoas sejam capazes de compreender, criticar e melhorar a vida.
Daniel Feffer
Presidente do Instituto Ecofuturo



Sustentabilidade: adjetivo ou substantivo?
Ter, 14 de Junho de 2011 20:39 Leonardo Boff


É de bom tom hoje falar de sustentabilidade. Ela serve de etiqueta de garantia de que a empresa, ao produzir, está respeitando o meio ambiente. Atrás desta palavra se escondem algumas verdades mas também, muitos engodos. De modo geral, ela é usada como adjetivo e não como substantivo.

Explico-me: http://berigan.com/assets/Boff_sustentabilidade.pdf


segunda-feira, 26 de março de 2012

Mercado d'água

Março - dia 22 é o dia Mundial da Água.
Todas as formas de vida existem pela água, pois se formam e se desenvolvem graças a ela.


A nível global, como a nível local, água é primordial, porém, também, tem sido fonte de problemas,  pelo rumo como as coisas estão tomando.

Quando a qualidade da água fornecida é péssima devemos perceber o que há por traz desta condição - de onde ela vem? como está sendo seu tratamento preventivo 'in natura', qual o custo do tratamento corretivo? qual nossa responsabilidade enquando cidadão-consumidor?... Em 2010, Annie Leonnard lançou o filme A História da Água Engarrafada onde conta como este processo de produção impacta os recursos do planeta e o porquê de consumimos esta forma de água oferecida. As empresas fabricantes atendem a uma demanda do mercado, pois em muitas cidades do mundo não é mais possível consumir água da torneira. Porém, a cada dia que passa, torna-se mais importante questionar o que está por trás dessa indústria, o quanto e como o dinheiro é investido: A ativista mostra o quanto no mundo bilhões de pessoas não tem acesso à água limpa, e o quanto as cidades gastam para despoluir as águas e com todas as garrafas plásticas que descartamos...
É preciso estarmos atentos para aquilo que nos leva a optar pelo menos trabalhoso, pelo mais saudável, sem a preocupação com a forma como o processo vai se formatando, gerando novos mercados, alimentando um mercado não tão preocupado assim com nossas necessidades, alimentando a proposta de privatização.
É o caso de venda de água (sucos e refrigerantes) engarrafada. Já há notícias sobre contaminações provenientes das fontes, ou dos resíduos químicos nas embalagens de engarrafamentos, de venda de água potável proveniente da rede de abastecimento público (podemos estar comprando a mesma água que chega a nossa torneira), dos perigos de armazenamento, da falta de segurança e higiene...

Quanto as questões dos impactos sobre o meio natural: as fontes de água não estão protegidas e a sua vulnerabilidade pode ser agravada pela degradação ambiental, pois a extração de água para engarrafar pode ocasionar alterações das condições de carga e recarga dos sistemas aqüíferos; os problemas sociais e de saúde nas localidades onde a água potável não chega para todos e das pessoas que vivem do descarte de resíduos; a quantidade de água gasta na fabricação das garrafas é muito maior do que a quantidade a ser engarrafada para o uso, como, também, a quantidade de plástico descartada na natureza e a quantidade de gases que são liberados na atmosfera pela produção do PET; as despesas e consequências do transporte para a distribuição da água engarrafada (diferentemente da água da torneira que chega via tubulações)...

 Como seria se gastássemos esse dinheiro melhorando nosso sistema de água,
em educação ambiental,
evitando contaminações,
 prevenindo a poluição,
...?

segunda-feira, 19 de março de 2012

Arte, Ecologia e Cultura

A Artista Plástica Zoravial Bettiol, Conselheira da Agapan, agitou com sua " FILOMENA" o calçadão de Ipanema!

Zoravial, com sua energia e capacidade criativa, através de sua "Filomena com seu papagaio", faz alerta muito bem humorado em termos ecológicos e sociais.

Em dezembro/11, um dos momentos de explanação da artista, houve a participação da Casa de Caridade Pai Thomé, de Canoas/RS, refletindo junto, sobre as condições ambientais.

Momento de trocas, de alegria, de reflexão, movimentado pela ironia de Filomena, Zora apresenta a problemática socioambiental sob um ponto de vista diferente.