A FAUERS - Federação AfroUmbandista e Espiritualista do Rio Grande do Sul, através do Projeto Oficinas, como educação não-formal, proporciona, “leitura do mundo” e a “leitura da palavra”, oportunizando aprendizagem num processo interativo e lúdico. Difundindo os princípios da cidadania planetária e saberes que possam resultar em respeito à todas as formas de vida e no convívio em harmonia com o ambiente, organizou a oficina ecológica Barco da Iemanja. Tal movimento se originou da análise sobre os resultados das homenagens que acabaram por agredir a natureza na entrega das oferendas. Foi verificado que nos presentes entregues ao mar da Mãe Iemanjá são por demais utilizados e devolvidos as madeiras, os pregos, os plásticos e vidros...
No domingo 23/01/11, no parque Eduardo Gomes/Capão do Corvo, em Canoas, a educadora Luciana de Oxum, da Casa de Caridade Pai Thomé, organizou o material para realizar a primeira oficina: os moldes, tesouras sem ponta, papelão, jornais usados, cola, papel crepom e tinta guache para o acabamento das peças.
Utilizando de desenho, recorte, rasgadura, colagem, montagens, pintura e decoração, crianças, jovens e adultos da religiosidade, passo a passo, conheceram e/ou experimentaram uma nova possibilidade de construir o presente a Mãe Iemanjá sem agredir o seu reino.

A educação não-formal, dentro do movimento pela ecopedagogia, também provoca reflexão e debate sobre a realidade nas comunidades, gerando a disseminação de conhecimentos e vivências que proporcionam crescimento e autonomia aos agentes sociais, que fazem a sua história, transformando a realidade.

Na ocasião esteve presente realizando a oficina Lucía, aluna bolsista de iniciação científica da UFRGS que, juntamente com Stela, e sob a orientação do Professor Dr. Carlos Steil, vem participando dos eventos da FAUERS relativos ao meio ambiente. Eles estarão realizando a pesquisa Ambientalização Social da Religião, em parceria com os alunos bolsistas Pádula e Jorge da PUC, sob a orientação da Professora Drª Isabel Carvalho, sobre a produção da Cartilha Ecológica, buscando compreender a sua dimensão religiosa, pedagógica e ecológica no contexto da comunidade afroumbandista e espiritualista. Conforme a Professora Isabel o interesse é perceber processos de ambientalização de práticas de educação não formal e a presença da sensibilidade ecológica em tradições ecológicas, contribuindo com a compreensão das relações sociedade, ambiente e educação, valorizando tais práticas.